Toda arte é condicionada pelo seu tempo. Os muçulmanos do século VII ao XII estavam proibidos de pintar ou esculpir a figura humana. Os transgressores seriam condenados por Deus (felizmente, nem todos os califas da época, seguiram essa lei). No ocidente, a mais completa expressão clássica da teoria da arte abstrata encontra-se em Platão, no seu diálogo com Sócrates. Dizia Sócrates, “não entendo por beleza a beleza de criaturas ou quadros vivos, mas as linhas retas e curvas e as superfícies e formas sólidas por elas compostas, com a ajuda de réguas e esquadros”. A arte do nosso tempo não pode ser compreendida sem tentar examinar as mudanças que tornaram o século XX tão diferente das épocas anteriores. A nossa vida cotidiana é movimentada, com as mudanças da noção de tempo e de espaço. No século XX, usa-se o trem elétrico e o metrô como meio de transporte nas grandes cidades. Em 1905 a teoria da relatividade de Einstein dá novo significado aos conceitos de espaço, tempo e movimento. A tecnologia cibernética utiliza aparelhos que permitem a substituição parcial do trabalho mental humano. Novos recursos tecnológicos em arte, correspondem às novas necessidades de comunicação artística. A partir de 1906 o telefone torna-se um aparelho de uso cotidiano, assim como o automóvel. Entramos na era da bomba atômica, do computador, do raio laser, dos satélites, dos ônibus espaciais, da tv, do celular. A noção de tempo e distância, muda completamente. O isolamento das pessoas torna-se impossível. A insistência do presente e do futuro, faz com que o passado conte cada vez menos. |