Mas vem a Segunda Guerra. A França é ocupada pelas forças nazistas. Muitos artistas da Alemanha, França e países do leste Europeu, principalmente os de origem semita como Chagall, seguem, não só para os Estados Unidos, como para o México, a Argentina e o Brasil. Aqui tivemos Maria Helena Vieira da Silva, Árpád Szenes, Leskoschek, Flexor, Charlota Adlerová, Fayga Ostrower, Yolanda Mohalyi e muitos outros que só vieram nos enriquecer culturalmente.

A Europa perde a sua hegemonia como centro cultural no mundo. Perde suas colônias e, financeiramente, está abalada. O eixo do poder artístico, desloca-se de Paris para Nova Iorque.

Os Estados Unidos tornam-se a maior potência mundial. Têm o poder financeiro e o poder de vida e morte dos povos – a bomba atômica.

A Arte (abstrata ou figurativa) é um fator de educação, de cultura, de desenvolvimento do gosto estético, etc. Ela pode ser usada como denúncia contra os opressores. Pode dar força e ânimo aos oprimidos e ajudá-los a compreender a sua posição e a sua luta contra a opressão. Esse foi o papel da arte de pintores como Goya, Daumier, Repin (na Rússia Tzarista) e outros tantos.

A Arte abstrata não foi criada pelos americanos. Ela também não tem o poder de construir ou destruir um sistema de governo.

O capitalismo sabe disso muito bem. Se eles julgassem que a Arte (a figurativa ou a abstrata) teria o poder de derrubar um regime ou um sistema de governo, convidariam Rivera, Orozco e Siqueiros para pintarem murais em suas universidades e outros prédios públicos?

Se a arte, por si própria, tivesse o poder de construir um sistema de governo, hoje o México seria um país socialista. Com aqueles três gênios da pintura, três homens de esquerda, três comunistas, onde estaria o México?